Pela primeira vez, o Governo do Maranhão está envolvido com as discussões da Conferência das Nações Unidades sobre Mudanças Climáticas (COP 21). A edição deste ano está ocorrendo em Paris e uma comitiva maranhense, composta pelo vice-governador Carlos Brandão, representando o governador Flávio Dino, e secretários de Estado, está acompanhando a agenda. O evento tem a participação de 140 chefes de Estado e de Governo e mais de 700 prefeitos de todo o mundo.
O vice-governador Carlos Brandão destacou que o governador Flávio Dino está disposto a unir forças com os estados brasileiros que compõem a Força-Tarefa dos Governadores para a Conservação do Clima e Florestas (GCF). Ele ressaltou que somente este ano o Maranhão manifestou interesse em dialogar, dentro e fora do país, com as nações ricas e as grandes empresas, incluindo as poluidoras, sobre a conservação do clima.
“Foi um longo caminho que decidimos trilhar, na certeza de que a partir de 2016 poderemos debater igualitariamente com os estados e as nações os assuntos que levarão o desenvolvimento social e econômico para o Maranhão no âmbito da sustentabilidade”, declarou Carlos Brandão.
Outra iniciativa já tomada pelo governo Flávio Dino é o Cadastro Ambiental Rural, que visa frear o desmatamento no estado. Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Marcelo Coelho, estas ações tiveram a sua estreia no Maranhão porque houve o interesse do governo estadual em sair da margem das negociações e finalmente avançar nos debates.
“Até então, o Maranhão era omisso quanto a esse tipo de participação, o que nos impedia de nos atualizar sobre os principais temas tratados anualmente pela GCF e, o mais grave: perdíamos a oportunidade de atrair instituições parceiras e interessadas em promover conjuntamente os mecanismos de financiamento para a redução de emissões e repartição de benefícios”, disse o secretário.
Dia do Acre
Paralelamente a Conferência do Clima (COP 21), a delegação maranhense esteve presente no Dia do Acre, que teve como tema “Consolidando uma Economia Verde e de Inclusão Social na Amazônia”. O evento possibilitou o encontro de representantes dos governos de estados da Amazônia brasileira e peruana, além de instituições e entidades governamentais e não governamentais nacionais e internacionais.
Para o vice-governador Carlos Brandão, que chegou a Paris para a Conferência no último dia 5 e cumpre extensa agenda até o dia 12, a avaliação das atividades tem sido positiva. “Viemos aqui para dialogar, para aprender com o trabalho de estados próximos ao nosso que já vêm realizando essas ações há uma década. O Maranhão sabe valorizar essas experiências e pretende colaborar com suas expertises o mais breve possível”, resumiu Brandão.
Desmatamento Zero
O governo Flávio Dino também presenciou o momento em que aconteceu a assinatura conjunta entre os governos do Acre e do Mato Grosso, visando zerar, até 2020, o desmatamento ilegal em seus territórios. Organizações internacionais como a Earth InnovationInstitute, Environmental DefenseFund, USAID e Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) foram parceiras no evento.
Ao abordar o cenário maranhense, Carlos Brandão destacou a necessidade de se desburocratizar o processo de efetivação das linhas de crédito para os Estados, em consonância com a redução das taxas dos juros a serem apresentados pelos bancos financiadores dos projetos. De acordo com uma análise recente, feita pelo Earth InnovationInstitute, se os estados e províncias do GCF reduzirem o desmatamento em 80% até 2020, isso irá resultar em 3,8 bilhões de toneladas de emissões de CO2 evitadas, além de três bilhões de toneladas de emissões que já foram evitadas por essas jurisdições.
